"O
poeta não cita: canta. Não se traça programas, porque a sua estrada não
tem marcos nem destino. Se repete, são idéias e imagens que volvem à
tona por poder próprio, pois que entre elas há também uma sobrevivência
do mais apto . Não se aliena, como um lunático, das agitações coletivas e
contemporâneas, porque arte e vida são planos não superpostos mas
interpenetrados, com o ar entranhado nas massas
de água, indispensável ao peixe—neste caso ao homem, que vive a vida e
que respira arte. Mas tal contribuição para o meio humano será a de um
órgão para um organismo: instintiva, sem a consciência de uma intenção,
automática, discreta e subterrânea.
Com um fosso fundo ao redor de sua turris ebúrnea, deixa a outros o trabalho de verificarem de quem recebeu informações ou influências e a quem poderá ou não influenciar..."
Com um fosso fundo ao redor de sua turris ebúrnea, deixa a outros o trabalho de verificarem de quem recebeu informações ou influências e a quem poderá ou não influenciar..."
- In "Discurso proferido por Guimarães Rosa em
agradecimento ao premio concedido pela Academia Brasileira de Letras, ao
livro de poesia Magma"


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