11 de abril de 2014



Caem as folhas mortas sobre o lago!
Na penumbra outonal, não sei quem tece as rendas do silencio...
Olha, anoitece!-
Brumas longínquas do País Vago...
Veludos a ondear... Mistério mago...Encantamento...
A hora que não esquece, a luz que a pouco a pouco desfalece.
Que lança em mim a bênção dum afago...
Outono dos crepúsculos doirados!
De púrpuras, damascos e brocados!
- Vestes a Terra inteira de esplendor!
Outono das tardinhas silenciosas,
Das magníficas noites voluptuosas
Em que soluço a delirar de amor...

 
- Florbela Espanca -

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