17 de março de 2013

Agora, o braço não é mais o braço erguido num grito de gol.
Agora, o braço é uma linha, um traço,
um rastro espelhado e brilhante.
E todas as figuras são assim:
desenhos de luz, agrupamentos de pontos, de partículas,
um quadro de impulsos, um processamento de sinais.
E assim — dizem — recontam a vida.
Agora, retiram de mim a cobertura da carne,
escorrem todo o sangue,
afinam os ossos em fios luminosos,
e aí estou, pelo salão, pelas casas, pelas cidades, parecida comigo.
Um rascunho. Uma forma nebulosa, feita de luz e sombra.
Como uma estrela. Agora, eu sou uma estrela.

Poema de Fernando Faro constante do álbum O Trem Azul de Elis Regina.

Agora, o braço não é mais o braço erguido num grito de gol.


Agora, o braço é uma linha, um traço,

um rastro espelhado e brilhante.

E todas as figuras são assim:

desenhos de luz, agrupamentos de pontos, de partículas,

um quadro de impulsos, um processamento de sinais.

E assim — dizem — recontam a vida.

Agora, retiram de mim a cobertura da carne,

escorrem todo o sangue,
afinam os ossos em fios luminosos,
e aí estou, pelo salão, pelas casas, pelas cidades, parecida comigo.
Um rascunho. Uma forma nebulosa, feita de luz e sombra.
Como uma estrela. Agora, eu sou uma estrela.




Poema de Fernando Faro constante do álbum O Trem Azul de Elis Regina.

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