“Tenho
preferido os silêncios. Depois de tanto falar o que devo, o que não
quero... experimento me calar. Agora, quero essa espécie de mudez
consentida por fora e por dentro. Chega de gritar aos quatro ventos o
que foge dos meus pensamentos. Chega de falar como especialista.
Confesso: eu não sei nada. Sobre nada. Estou em silêncio para ouvir o
nada que está sendo dito pelos outros. Quero ser vácuo, onde o som não
se propaga. Cansei de ecoar as coisas que eu não entendo. No silêncio,
(eu estou aprendendo) mora a paz. Nas palavras não ditas se escondem os
mistérios. Eu não sei nada. É delírio falar enquanto se está sonhando. É
quase um pecado. Vou deixar o sonho vir e contar a sua história. Depois
eu falo. Ou não. Tenho perdido a vontade de falar. Tenho preferido os
silêncios.”
Sabrina Davanzo
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