…
certas mulheres usam o silêncio como quem veste de negro. os homens
aproximam-se daquele silêncio, a medo, num lento cerco, da mesma forma
que alguém se aproxima de um abismo. alguns aproximam-se demasiado e
caem, nunca mais se sabe deles. o silêncio das almas simples é sempre
mais elegante do que a sua loquacidade. os homens olham para as mulheres
caladas e ficam a imaginar o que se esconde por detrás daquele
silêncio. imaginar, como se sabe, é um exercício perigoso. é muito fácil
acreditar no que imaginamos. é muito difícil deixar de acreditar.
faiza hayat
Lisboa 1975
in "na pele dos outros".
Lisboa 1975
in "na pele dos outros".
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