Não consigo, não me adapto, não me conformo.
A rotina jamais me fará satisfeita porque eu tenho uma claustrofobia
absurda de lugares e tempos. Estalo os dedos, batuco nos móveis, balanço
freneticamente os pés. Preciso de ar. Falo o tempo todo porque o
silêncio aumenta minha ansiedade, quero saber de tudo e conhecer todos
os assuntos. Vou roer as unhas de esmalte vermelho e pintar meus dentes
de nervoso, vou quebrar as janelas para respirar novos ares. Quero
gritar mais alto que a música e destruir minha limitações. Então me
busca, me tira dessa vida pela metade, me mostra o mundo. Eu quero mais
de cada coisa que a existência oferece. Essa prisão, essa pele. Estou
vazando pelos poros e tenho medo de explodir. E se algum buraquinho
entupir e eu não achar a saída? Meu corpo é muito pequeno e minha ânsia
de liberdade queima as beiradas. Minha alma vai escapando, vai se
moldando. Se esconde, diminui pra não se mostrar além. Me liberta, me
expulsa de mim. Mostra uma arte
verdadeira, sem ensaios e apresentações semestrais. Quero perder a
garantia por uso excessivo, gastar os saltos dos meus sapatos. Eu não
quero nada impossível, quero realidade. Quero alma e vida de verdade.
só vejo beleza no que transborda
só me interesso pelo que ultrapassa
o comum não me comove,
o banal não me toca.
porque eu gosto é do avesso
e o contraditório é que me fortalece
Verônica Heiss
Não consigo, não me adapto, não me conformo.
A rotina jamais me fará satisfeita porque eu tenho uma claustrofobia
absurda de lugares e tempos. Estalo os dedos, batuco nos móveis, balanço
freneticamente os pés. Preciso de ar. Falo o tempo todo porque o
silêncio aumenta minha ansiedade, quero saber de tudo e conhecer todos
os assuntos. Vou roer as unhas de esmalte vermelho e pintar meus dentes
de nervoso, vou quebrar as janelas para respirar novos ares. Quero
gritar mais alto que a música e destruir minha limitações. Então me
busca, me tira dessa vida pela metade, me mostra o mundo. Eu quero mais
de cada coisa que a existência oferece. Essa prisão, essa pele. Estou
vazando pelos poros e tenho medo de explodir. E se algum buraquinho
entupir e eu não achar a saída? Meu corpo é muito pequeno e minha ânsia
de liberdade queima as beiradas. Minha alma vai escapando, vai se
moldando. Se esconde, diminui pra não se mostrar além. Me liberta, me
expulsa de mim. Mostra uma arte
verdadeira, sem ensaios e apresentações semestrais. Quero perder a
garantia por uso excessivo, gastar os saltos dos meus sapatos. Eu não
quero nada impossível, quero realidade. Quero alma e vida de verdade.
só vejo beleza no que transborda
só me interesso pelo que ultrapassa
o comum não me comove,
o banal não me toca.
porque eu gosto é do avesso
e o contraditório é que me fortalece
Verônica Heiss
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sempre Bem Vindo! ♥