E
ela, então, chorou alto, convulsamente, sob muitos tormentos reunidos e
confusos, e as pessoas se desfizeram diante dela, como estátuas de
cinza, e a casa ficou vazia, sem mais braços, sem mais rostos, sem mais
vozes certas. Sozinha ela existia entre as coisas imóveis, que talvez
lhe falassem, se pudessem, e a abraçassem, se não estivessem presas na
sua forma. Sozinha ela existia - com as cadeiras, os espelhos, as
paredes, as nuvens, o sol…
Era assim.
Cecília Meireles
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