"só
estando mortos assistimos, e nem disso podemos estar certos, morto sou
eu (...) e contudo não me sinto como se apenas assistisse (...) o pior,
porque é irremediável definitivamente, é o gesto que não fiz, a palavra
que não disse (...) Não há sossego no mundo, nem para os mortos nem para
os vivos (...) os vivos ainda têm tempo para dizerem a palavra, para
fazerem o gesto (...) morre-se de a não ter dito, morre-se de o não ter
feito, é disso que se morre, não de doença"
José Saramago
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