"O meu amigo
mais íntimo
é o sujeito que vejo
todas as manhãs
no espelho
do quarto de banho,
à hora onírica
em que passo
pelo rosto
o aparelho de barbear.
Estabelecemos
diálogos mudos,
numa linguagem
misteriosa
feita de imagens,
ecos de vozes,
alheias ou nossas,
antigas ou recentes,
relâmpagos súbitos
que iluminam faces
e fatos remotos
ou próximos,
nos corredores
do passado
- e às vezes,
inexplicavelmente,
do futuro -
enfim,
uma conversa que,
quando analisamos
os sonhos da noite,
parece processar-se
fora do tempo
e do espaço".
mais íntimo
é o sujeito que vejo
todas as manhãs
no espelho
do quarto de banho,
à hora onírica
em que passo
pelo rosto
o aparelho de barbear.
Estabelecemos
diálogos mudos,
numa linguagem
misteriosa
feita de imagens,
ecos de vozes,
alheias ou nossas,
antigas ou recentes,
relâmpagos súbitos
que iluminam faces
e fatos remotos
ou próximos,
nos corredores
do passado
- e às vezes,
inexplicavelmente,
do futuro -
enfim,
uma conversa que,
quando analisamos
os sonhos da noite,
parece processar-se
fora do tempo
e do espaço".
Érico Veríssimo
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