3 de junho de 2012

Sei que rasgo um pouco a seda com Manoel de Barros ... mais é que adoro sua maneira de dizer em palavras aquilo que vai dentro do peito.♥


"Borboletas me convidaram a elas.
O privilégio insetal de ser uma borboleta me atraiu.
Por certo eu iria ter uma visão diferente dos homens
e das coisas.
Eu imaginava que o mundo visto de uma borboleta -
Seria, com certeza, um mundo livre aos poemas.
Daquele ponto de vista:
Vi que as árvores são mais competentes em auroras
do que os homens.
Vi que as tardes são mais aproveitadas pelas garças
do que pelos homens.
Vi que as águas têm mais qualidades para a paz do
que os homens.
Vi que as andorinhas sabem mais das chuvas do que
os cientistas.
Poderia narrar muitas coisas ainda que pude ver do
ponto de vista de uma borboleta.
Ali até o meu fascínio era azul."
 



Manoel de Barros

2 comentários:

  1. Oi, Eliane, que texto mais lindo! Poderíamos realizar esse exercício de vez em quando, de nos imaginar borboletas para apreciar o mundo sob outro ponto de vista, aquela que aquieta a alma e vale a pena. Um abraço!

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  2. Acho que ver o mundo assim como parte integrante, é olhar atentamente como as coisas realmente são. abraços!

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